SIMPLICIDADE NA PREGAÇÃO
J. C. Ryle
No livro de Eclesiastes, o Rei Salomão escreveu:
“... não há limite para fazer livros...” (Ec 12.12).
Há poucos assuntos sobre os quais esse provérbio
seja mais verdadeiro do que o da pregação.
Os
volumes que foram escritos a fim de demonstrar
aos ministros como pregar são suficientes para
fazer uma pequena biblioteca. Ao escrever este
pequeno tratado, eu apenas me proponho a tocar
um ramo do assunto. Não tenho a pretensão de
considerar qual deve ser o conteúdo e o assunto
de um sermão.
Propositadamente deixei de lado
pontos, tais como: importância, unção, disposi-
ção, fervor e similares, ou a comparação dos
aspectos essenciais de sermões escritos e de
improviso.
Gostaria de me limitar a um ponto
que recebe muito menos atenção do que
merece. Este ponto é a simplicidade na linguagem
e estilo.
J. C. Ryle
8
Se a experiência for de alguma ajuda, devo ser
capaz de dizer aos meus leitores algo sobre a
“simplicidade”. Comecei a pregar há quarenta
anos, quando assumi o ministério em um pobre
distrito eclesiástico rural, e uma grande parte da
minha vida ministerial foi gasta na pregação aos
trabalhadores e agricultores.
Sei da enorme
dificuldade de pregar para tais ouvintes, de
fazê-los entender o significado e prender a sua
atenção. No que diz respeito à linguagem e
estrutura, deliberadamente digo que preferiria
pregar na Universidade de Oxford ou
Cambridge, ou no Templo, ou no Lincoln’s Inn,
ou no Palácio de Westminster, do que ter que
falar a uma congregação agrícola em uma bela e
quente tarde no mês de Agosto.
Eu ouvi de um
trabalhador que ele gostava do domingo mais do
que qualquer outro dia da semana, – “Porque”,
disse ele: “Sento-me confortavelmente na igreja,
acomodo minhas pernas, não tenho que pensar
em nada e simplesmente durmo”. Alguns dos
meus amigos mais jovens no ministério podem
algum dia, assim como eu, serem chamados
para pregar em uma dessas congregações, e
ficarei contente se eles puderem lucrar com a
minha experiência...
Simplicity in Preaching
J. C. Ryle
Solomon says, in the book of Ecclesiastes, "Of making many books there is no end" (12:12). There are few subjects about
which that saying is more true than that of preaching.
The volumes which have been written in order to show ministers how to
preach are enough to make a small library. In sending forth one more little treatise, I only propose to touch one branch of the subject.
I do not pretend to consider what should be the substance and matter of a sermon.
I purposely leave alone such points as "gravity,
unction, liveliness, warmth," and the like, or the comparative merits of written or extemporaneous sermons.
I wish to confine myself
to one point, which receives far less attention than it deserves. That point is simplicity in language and style.
I ought to be able to tell my readers something about "simplicity," if experience will give any help. I began preaching forty-five years
ago, when I first took orders in a poor rural parish, and a great portion of my ministerial life has been spent in preaching to laborers
and farmers.
I know the enormous difficulty of preaching to such hearers, of making them understand one's meaning, and securing
their attention. So far as concerns language and composition, I deliberately say that I would rather preach before the University at
Oxford or
Cambridge, or the Temple, or Lincoln's Inn, or the Houses of Parliament, than I would address an agricultural
congregation on a fine hot afternoon in the month of August.
I have heard of a laborer who enjoyed Sunday more than any other day
in the week, "Because," he said, "I sit comfortably in church, put up my legs, have nothing to think about, and just go to sleep." Some
of my younger friends in the ministry may some day be called to preach to such congregations as I have had, and I shall be glad if
they can profit by my experience...
0 Comentários